domingo, 20 de março de 2011


EM CASO DE DÚVIDAS CONSULTE AO SENHOR!
Aconteceu numa manhã de domingo. Confesso que estava muito cansado! O sono era maior e mais forte que a vontade e até mesmo que a consciência da necessidade de que precisava permanecer acordado até mesmo por amor àquelas pessoas que estavam ali. Eu chegara de madrugada. Vinha de viagem de uma cidade cerca de mil quilômetros longe dali. Alguém me disse ao chegar, que alguns irmãos me esperavam, e permaneceram ali, orando pela viagem e aguardando uma Palavra.
Confesso que tentei dormir, ou “tirar um cochilo” sentado quieto no meio deles, porém não consegui. Eu me senti transladado para a Casa do Oleiro. Havia saído de minha zona de conforto, estava em uma cidade estranha, no meio de irmãos desconhecidos. E muito cansado. Era mais ou menos como se estivesse como Jesus, depois de uma caminhada (e eu fui de carro), parado junto ao poço de Jacó às portas de Sicar. Desejoso de descanso, refrigério e algo que me ajudasse a recuperar as forças. Pedindo que alguém me desse urgentemente um lugar pra descansar, (um pouco de água). É tão bom quando podemos expor nossas limitações sem medos de criticas. Quando podemos mostrar à todos que somos feitos de carne e osso; sofremos a ação do tempo, das distâncias, dos climas, das próprias necessidades fisiológicas e percebemos que ninguém nos censura e nos condenas por sermos tão humanos e frágeis como todos. Alguém, por favor, me de um copo com água fresca! Se possível água viva, água da vida, água da Fonte do Enviado! Alguém me livre desse cansaço, de sentimento de necessidade de produtividade, dessa cobrança interior que me diz que preciso fazer isso, que preciso estar aqui, que preciso ser mais forte que todo mundo! Dessa consciência religiosa de perfeicionismo humano. Desse ativismo e do sentimento da necessidade dele, como se por meio dele minha salvação fosse garantida nos céus! Alguém me livre por misericórdia de que todo esse trabalho não seja apenas uma expressão farisaica para esconder toda essa fraqueza, toda essa involuntária vontade interior de não estar aqui, de não ter vindo aqui, de não ter aceitado esse convite... De na verdade querer estar na minha casa, na minha cama, debaixo do meu cobertor.
Alguém me ajude! Alguém me diga que na verdade faço parte de tudo isso aqui! Que existe uma realidade espiritual que no momento, devido ao meu cansaço não estou vislumbrando, nem admitindo existir! Senhor por favor, me tira desse lamaçal de dúvidas a respeito do meu chamado, do meu ministério, da minha função no corpo. O que eu vim fazer nesse lugar! Por que vim! O Senhor realmente mandou-me aqui?
Uma garoa fina e fria caia la fora. Um vento frio soprava forte e continuo. Sentado de cabeça baixa, quase enfiada entre os joelhos, num silencio impenetrável, que mergulhou minha alma e o meu espírito na solidão com Deus, fui despertado por mãos de um jovem casal, que tiravam os meus sapatos e minhas meias, e numa bacia plástica com água “quente e refrescante” mergulhavam os meus pés...
Nem sequer relutei, apenas permiti que as lágrimas me rolassem pelas faces, deixando que o Espírito completasse aquela obra de integração no corpo...
“Se eu não te lavar, não tens parte comigo”!
Cristo naqueles irmãos me recebia. Estávamos sendo feitos UM, com o Pai e o Filho!
Eu desci naqueles próximos dez dias, à Casa do Oleiro, aprendendo muito sobre acolher, hospedar e servir aos irmãos, como quem recebe o próprio Senhor.
Aprendi que quem recebe um pequenino do Senhor, na qualidade de servo enviado pelo Senhor, e o trata como servo do Senhor, ao próprio senhor recebe.
A Casa do Oleiro, estava mais longe do que eu imaginava, e podia estar onde eu  não queria estar, mas o Senhor me desafiava a descer, descer até estar dentro dela em todas as circunstâncias, em todos os desafios.
Vem conosco à Casa do Oleiro Hoje.
JcFlor-Danie

quinta-feira, 10 de março de 2011

A PROSPERIDADE e a ESPIRITUALIDADE VERDADEIRA

La estava ele na Casa do Oleiro. Chegou por volta de 15 horas, do sábado. Os cabelos despenteados, os olhos vermelhos, indicavam que a noite fora sem dormir. A barba por fazer deixava claro que foram dias de muita agitação, preocupação e sem descanso. Algumas pessoas estavam com ele, uma jovem de cabelos pretos longos, de pele clara, e porte altivo, e outras tres pessoas. Sentaram-se ao seu lado e ficaram quietos como que a espera de alguma resposta do de Deus. Embora tivesse toda aquela aparência cansada e desalinhada, transparecia uma serenidade interior muito grande. De vez em quando a moça de cabelos pretos ajeitava os cabelos dele, e ele esboçava um sorriso, outras vezes com um lenço de papel, ela enxugava as lágrimas que escorriam do seu rosto. Em outros momentos trazia-lhe um copo com água.
Na casa do oleiro não se pergunta nada a ninguém, apenas se observa o que o Oleiro faz com seus vasos, e por certo o Oleiro estava fazendo algo com aquele grupo. Algumas pessoas falaram, outras choraram, outras riram... Mas o grupo parecia indiferente.
Até que ele adormeceu com a cabeça recostada no ombro da jovem que o acompanhava, e assim permaneceu por umas duas horas ou mais. Pessoas entraram, e saíram, e ele nem percebeu. Quando uma jovem levantou-se e disse em voz alta:
- “A minha Graça te basta, O meu poder se aperfeiçoa na tua fraqueza!”. Graças, te dou Senhor por me ter ensinado isso,quando eu andava perdida pelas ruas, sem saber o propósito de minha existência dentro dos teus planos! Graças te dou pelas noites de frio! Pelas noites de chuva, pelos dias de calor e pelas tempestades que tive de enfrentar em minha vida. E naqueles dias eu andava alheia à sua vontade! Andava sem tua presença em mim! Compreendo hoje de que maneira o Senhor me forjou por meio de tribulações e angustias! Por meio de tanto sofrimento, opcional, pelos caminhos tortos que escolhi me enveredar, nos quais o Senhor nunca deixou de prover para que um dia eu estivesse na tua presença como agora. Sem casa, sem lar, sem família, sem paradeiro, sem expectativas e sem sentido. Senhor, mas eu ansiava pela riqueza, a riqueza de te conhecer. Sempre desejei conhecer aquele que cobria o meu teto de estrelas, que me dava a colcha de nuvens, que provia os mais diferentes cardápios nas lixeiras dos restaurantes; que curou minhas doenças, minhas pestes, meus piolhos, minhas sarnas... E que da imundícia, da violência das ruas que impregnaram o meu corpo do mau cheiro do inferno, o Senhor com laços de Amor me atraiu a sua presença, e me trouxe pro meio do amor, dos teus filhos, lugar onde não me achava digna de estar, mas o Senhor me acolheu me adotou nessa condição e direito. Obrigada Deus. Sei que tenho pouco tempo de vida, mas o Senhor me tirou do monturo e me fez assentar com príncipes, na tua mesa. O teu amor me tornou nestes últimos meses de vida na mais rica pessoa na face da terra, da tal forma que já não me importa se serei sepultada como indigente, estou ressuscitada como tua filha. Sem nada, possuo tudo, até mesmo sem nome recebi o teu em Cristo Jesus, semi nua, fui revestida de Cristo, minha fome foi saciada,meu corpo foi lavado, minha alma renovada pelo renascimento espiritual, fui dessedentada pela Água viva, mergulhei na Eternidade do Teu amor, da Tua Graça e da Tua Misericórdia pelo sacrifício de Cristo. Sou rica...
Estava ela ainda orando,quando aquele homem, se levantou e caminhou na direção daquela jovem negra, magra e miúda, e a abraçou chorando. Após alguns minutos, ele disse:
- O meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. A minha graça te basta!
Nunca compreendi isso tão bem como nesta noite. Sempre tive tudo o que desejava, e jamais me imaginei passando por alguma desgraça na minha vida. Acreditava que as pessoas que sofriam não estavam abençoadas por Deus. Meu contentamento com Deus, sempre se baseou nas minhas posses, carros, casa, empresas, viagens, boas escolas para minhas filhas, muito dinheiro, negócios de altos investimentos. Para mim todas essas coisas estavam ligadas ao meu contentamento com Deus. Estes últimos tres dias, foram de muita; luta de muita incerteza e de muita revolta com Deus. Entrei aqui, nesta tarde, depois de sepultar minha esposa e minhas duas filhas que morreram num acidente de carro. Entrei para gritar algumas blasfêmias assim que tivesse coragem de fazê-lo. Mas logo que pisei aqui dentro o Senhor me disse, para que ficasse atento, pois ele queria mostrar-me a importância da sua Graça e Misericórdia na vida de pessoas que encontra a beleza de Cristo em meio ao sofrimento e a dor. Nada do que eu tenho; nada do que eu possuo puderam me dar a beleza que essa jovem encontrou. Com tudo que eu tenho, diante da própria morte não posso adquirir essa convicção, não posso comprar essa segurança, nem essa esperança de Vida tão Intensa com Deus. Estou sendo desafiado, agora na perda dos maiores valores da minha vida na terra a declarar com todo o meu ser: - A tua graça me basta, Pai!

A jovem, era nossa irmãzinha Constância. Eu a chamei Constância. Aquela era a primeira e foi a ultima vez que ela falou alguma coisa na Casa do Oleiro. Os dois permaneceram abraçados. E ele cuidou dela nos últimos meses de vida, em que um câncer lhe corroia o fígado de forma acelerada. Ele cuidou de providenciar a ela uma documentação, e deu-lhe uma sepultura, entre seus próprios familiares. Não o fez por pena, nem por desencargo de sua consciência, ele o fez por que o Senhor lhe disse que o poder de Deus sobre nossas vidas se aperfeiçoa quando somos assaltados pela realidade de nossa fraqueza. Nada o obrigava àquilo, mas o que o movia era o desejo de conhecer realmente a Cristo e o poder da ressurreição,.O  fez impulsionado pelo desejo de alcançar o Alvo para o qual fora chamado, a soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Na Casa do Oleiro, as coisas loucas confundem as sábias, os fracos sustentam os fortes, os pobres alimentam os ricos e os ricos enriquecem mais dividindo com os pobres, os reis se tornam servos e os servos são feitos senhores que servem, o maior se faz menor, e os irmãos prosperam na Graça e na Misericórdia dividindo a fortuna do Amor e do Conhecimento de Deus, uns com os outros.
Mesmo alguém tão miserável aos olhos humanos, como Constância, e alguém tão rico como aquele jovem empresário, todos estão sujeitos a serem moldados e transformados em vasos verdadeiramente úteis e de honra. Por essa razão traga alguém para A Casa do Oleiro. Não o faça como que trazendo alguém pra receber alguma revelação, ou seguir um grupo religioso. Não faça isso! É melhor não fazer isso.Traga para que você seja tratado por Deus...Entre para ser tratado.A Casa do Oleiro é meu lugar de descansar nos cuidados do Pai.
Jcarlosflor- Daniel.

terça-feira, 8 de março de 2011

A Noiva Bêbada

A Casa do Oleiro, era sempre um lugar de acontecimentos inusitados. Às vezes mesmo surreais, no sentido de nada ortodoxos, nada convencionais que ferem as tradições não de modo agressivo, mas com a sutileza de uma borboleta buscando néctar nas flores, e carregando o pólen nas patas, para fecundar novas vidas.
Tocar a alma, os sentimentos as emoções de uma pessoa com uma Palavra, além de nos alimentar da Vontade do Pai, era sempre promover a Libertação de muitas vidas de suas prisões emocionais e até físicas.
A Casa do Oleiro, sob a perspectiva da Graça é sempre um lugar aberto, com sol, com chuva, de dia ou na frieza congeladora das baixas climáticas da vida, quando a baixa -auto estima, domina o ser, quando os sentimentos de rejeição e tristezas movem o dia a dia , de seres cujos valores se perderam nos caminhos das indiferenças humanas.
Os assaltados no caminho de Jerusalém. Aqueles que nunca sabemos se estavam indo ou vindo, e nem porque foram assaltados, mas estavam caídos em nosso caminho de ir e vir, e nós também lhes fomos indiferentes.
O nome dela, não sei. Não me recordo, mas eu a chamei de “Constância”, tinha muito a ver com ela. Estava sempre por ali. Suja, mal vestida, cheirando mal. Entrava, saia, sempre a hora que bem entendia, como todos. As vezes permanecia até a hora do lanchinho, como alguns. Outras vezes dormia, como outros. Às vezes mostrava interesse fixo em algumas falas, colocações que alguém fazia, às vezes ria do que diziam, outras chorava como criança, batia palmas, aplaudia, cantava quando cantavam todos...mas nunca abriu lábios para perguntar nada, nem para palpitar...quase sempre sua presença era imperceptível não fosse o mau cheiro que desprendia de suas roupas imundas.
Aquela noite algumas irmãs resolveram agir de outra forma. Enfrentaram a Constância e a convenceram a um bom banho, corte do cabelo, e roupas limpas. Horas depois de um tratamento de higiene e beleza. Constância adentrou a sala novamente, cheirando Vida, cheirando Amor. Para esconder a raspagem da grossa cabeleira, cobriram-na com um véu acetinado de vários matizes azuis, que deram destaque ao par de olhos verdes escuros que saltavam da pela negra. As vestes limpas combinadas à sua pouca idade, mostravam a jovialidade vital que o álcool e a vida nas ruas escondiam.
Os pés estavam limpos e calçados. Impossível não notarmos as diferenças que se destacaram na jovem Constância, que constante bêbada vivia ao nosso lado todos os finais de semana. Então o Espírito me fez vislumbrar a Igreja Noiva Bêbada. Jogada na Rua das Mundanidades. A Igreja de pés sujos, andando fora do Evangelho Verdadeiro, a Igreja Noiva, cuja cabeça humana tem de ser raspada com navalha, para poder ser coberta com o véu da Pureza da Verdadeira Autoridade Espiritual, que lhe devolverá a beleza da Visão do seu propósito, e da sua realeza presencial na Terra. O Espírito me mostrou que por trás da Igreja Noiva Bêbada com as doutrinas embriagadoras, bêbada com o vinho da dissolução, existe a Noiva Bela, jovem que não se enrugou com o envelhecimento das atrocidades humanas, com a temporaneidade dos prazeres do mundo. Que por baixo daquela figura tão destruída aos meus olhos, existe a verdadeira natureza, o verdadeiro propósito de Deus. Então o Senhor me disse: - Zele por ela com o meu zelo, pois ela esta desposada como uma virgem pura, sobre quem os tempos não podem atuar. Guarde-a e apresente-a a Cristo, pura, limpa, lavada, santifica, calçada pelo Evangelho, coberta pelo capacete de salvação, vestida de vestes limpas, como se apresenta a virgem  noiva a um único esposo. A jovem Constância foi em minha vida uma das mais belas lições Vivas da Palavra! A casa do Oleiro gritou junta: - AFINAL! A NOIVA! *********projcflor.-Daniel.

terça-feira, 1 de março de 2011

AGUARDANDO O MOVER DAS AGUAS

AGUARDANDO O MOVER DAS AGUAS

Na madrugada quente de verão, podia se perceber que algumas pessoas cochilavam, pelas cabeças pendentes, além do silencio que já durava quase uma hora. Costumava dizer que na Casa do Oleiro, até dormir era edificante. Pois o silencio na Casa do Oleiro é Louvor a Deus, com certeza. Aquele estado de adoração reverente em que a expectativa de ouvir Deus é tão grande que evitamos até pensar, para não confundirmos os nossos pensamentos com a Voz de Deus.
Alguém levantou-se e leu João 5, a respeito do tanque de Bethsda.
-Fala Deus! Toca-me com brasas do altar.
Era o único pedido que me saltava ao coração.
-Fala Deus! Preciso ouvir-te!
Entre precisar ouvir e desejar ouvir um abismo parecia estar sendo cavado. Queria eu mesmo ouvir o que Deus tinha a dizer?
Observando a Casa do Oleiro, naquele momento ela mais se parecia com o Tanque de Bethsda, ou “a Casa da Misericórdia”. E aquilo provocou em meu coração um forte temor. A sala estava cheia. Algumas pessoas eram turistas, que vieram desfrutar o verão! Estavam ali mais pelo impulso religioso da curiosidade, da coceira nos ouvidos, sofrendo da enfermidade espiritual do século, o religiosismo supersticioso, a busca de novidades, correndo atrás de revelações, de manifestações surrealistas, fantásticas, esperando algo extraordinário acontecer, com alguém, ou com todos, e quem sabe consigo mesmos. Então o silencio, o maravilhoso silencio que se abateu sobre todos, tornou-se uma frustração; cansativapara muitos.
Quando Deus esta falando os homens devem calar-se. Quem não temerá quando o Rei da Glória expele seus Trovões? Somente os tolos ousam se mover na direção dos seus próprios interesses.
Aquela noite estava mais pra Tanque de Bethsda que Casa do Oleiro. A expectativa de alguma coisa acontecer era tão grande que como no Tanque de Bethsda nenhum doente percebeu a chegada de Jesus. Silenciosamente ele entrou, e apenas com um homem ele dialogou: - Queres ser curado? Você quer mesmo ser curado? Você deseja ser curado?
A esperança desse homem, por 38 anos esteve no mover das águas no tanque, no qual para infelicidade de todos, somente um único enfermo, mergulhando primeiro ao mover das águas, era curado. Ali, aqueles que estavam enfermos no corpo, ficavam enfermos na alma. Frustrados, angustiados, ansiosos, invejosos, competitivos, porque só o primeiro era o único curado. Imaginem, cegos, aleijados, paraplégicos, mutilados, arrastando-se ou sendo arrastados até o tanque. O desespero, a gritaria, a loucura! Que cena degradante! Por 38 anos aquele homem assistiu dia e noite, claro que “de vez em quando” alguém ser curado entrando primeiro na água agitada pelo anjo.
Jesus entrou pelos Pórticos da Casa de Bethsda, e curou apenas um homem, o único que já não tinha mais esperanças no Tanque, naquelas águas. Jesus ordenou a ele que se levantasse, tomasse o seu leito e andasse dali. Parece que ninguém viu isso, e parece que até hoje ninguém vê isso. Todos ficam aguardando algo fantástico, todos ficam esperando a visitação de um anjo, sem perceber que Jesus esta presente. Enquanto o Espírito me fazia refletir aquela situação na Casa do Oleiro, naquela noite quente, uma criança começou a sorrir, depois deu uma gostosa gargalhada e todos olharam pra ela. O silencio foi quebrado. Um homem olhando a garotinha sorrir, comprimiu os lábios e caiu em pranto, outras pessoas ajoelharam-se e se puseram a orar em meio tom. Um quebrantamento tomou conta de todos, de uma forma tão suave, tão delicada. algumas pessoas saíram de seus lugares e abraçaram outras, e oram juntas, choraram juntas, se beijaram em santidade e verdadeira manifestação de amor.
Alguém levantou a voz e disse:
- Há muitos anos esperava por essa cura interior. Meu coração estava tão carregado, tão cheio de magoas que minha vida estava travada, mas nesta noite com certeza, Jesus ordenou que eu me levantasse dessa auto piedade em que havia mergulhado. Aquele sorriso, daquela garotinha mostrou-me que Jesus estava aqui, e eu precisava pedir a ele que me curasse,me libertasse definitivamente...
Outra pessoa levantou-se dizendo:
-Foi por curiosidade que entrei aqui. O silencio estava me incomodando. Não vi nada, não percebi nada, nem ouvia nada interiormente, queria ver algum movimento, alguma coisa acontecer. E o silencio apenas me irritava mais ainda. Chequei a pensar que tudo não passava de uma palhaçada. Foi quando a menina riu, como que olhando para alguém que brincava com ela. Um temor muito grande encheu meu coração. Queria ver coisas com os olhos da carne, mas precisava olhar meu interior cheio de incredulidade e dureza. O Espírito de Deus revelou-me o quanto eu havia me afastado das coisas puras e inocentes, sinto alguém novo nascendo dentro de mim...
Outra pessoa exultando de alegria, uma jovem de pouco mais de 15 anos, abraçando seu pai, dizia:
- Há anos não conseguia fazer isso; abraçar meu pai, dizer que o amo, olhar nos olhos dele. Meu coração estava cheio de ódio, de magoa e de rancor. Estou livre agora. Aquele sorriso foi de Jesus mesmo. Estou me sentindo como uma pessoa que estava numa cadeira de roda há anos. Pedi perdão ao meu pai, ele me abraçou e me beijou e disse que me ama. Estou livre daquele sentimento paralisante em minha alma...
Outros testemunhos foram dados. Todos testemunharam algo novo acontecendo, e o Senhor me disse: - Com certeza aqui não é o Tanque de Bethsda, pois todos foram curados.
Olhei para a garotinha que havia sorrido e gargalhado, e ela dormia descansada, como uma criança desmamada no colo de sua mãe.
Era manhã de domingo. Algumas pessoas saíram em direção as suas casas. Outras ainda ficaram ali. Alguns irmãos e irmãs preparavam um desjejum, com os “peixinhos e pães” que alguns trouxeram e colocaram em comum. Havia suficiente para todos. O Senhor sempre faz seus milagres, e nunca despede a multidão com fome. Sacia nossas almas, nos farta de pão e de Vida, por amor do seu santo nome.
Ele nunca nos deixa confundidos nem frustrados.
Se pararmos de olhar pra água, por certo veremos o Senhor entrar. Hoje, e agora, aqui mesmo onde nós estamos, na casa do oleiro.

Projcflor- Daniel